Na última quinta-feira (23/04) foi comunicada a notícia de que nossa amada diretora Daniele Moschioni seria desligada de seu cargo, um cargo que a mesma vem ocupando por 16 anos com maestria e competência. Acreditamos que esse ato foi injusto e completamente desumano, o motivo? A escola não conseguiu atingir a meta exigida pela secretaria de educação.
O Rebuá é uma escola que entrega ótimos resultados nas provas, mas por uma queda de 0.3 pontos na prova paulista, a secretaria achou que seria de bom tom retirar a diretora de nossa escola. A culpa não é dela, é da secretaria que não oferece um ensino bom e esquece que nos últimos anos estamos tentando nos recuperar do impacto que a pandemia gerou em nossa qualidade de ensino, fora o aumento de salas em nossa escola. Nos últimos dois anos foram abertas seis salas por causa que algumas escolas próximas a nossa tiveram suas salas fechadas.
Após nosso descontentamento com essa decisão, decidimos realizar um protesto dentro de nossa unidade de ensino que fica localizada na cohab. Nossa intenção era chamar a atenção da secretaria de educação, e conseguimos. A secretaria veio até nós. Porém, quando levantamos a pauta que é injusto eles terem tomado uma decisão como esta, a secretaria disse que éramos apenas números.
Não ficamos contentes com essa resposta, achamos um absurdo a secretaria de educação ter um pensamento como este e usar um argumento tão raso para o desligamento de uma diretora incrível.
Não só a Dani foi cessada de seu cargo, outros 21 dirigentes também foram. A diferença é que Dani não recebeu sequer um aviso prévio. Ela foi avisada de sua cessação faltando 10 minutos para nossa escola fechar, no mesmo dia, a secretaria entrou com o pedido de postagem no diário oficial -após a postagem no diário oficial é impossível fazer alguma coisa para reverter a situação. - outros diretores conseguiram o prazo de um bimestre para conseguir fazer com que suas escolas alcancem às metas quase impossíveis propostas pela Seduc. Dani foi a única que não conseguiu isso.
Com toda essa repercussão que estamos tendo, nos manifestando e se posicionando diante dessa situação, conseguimos marcar uma reunião quarta-feira (30/04) com o dirigente de educação de Carapicuíba.
A reunião aconteceu, foram 4 alunos e 4 pais de alunos, durante o encontro, os presentes apresentaram suas considerações sobre o trabalho da diretora Daniele na E. E. Prof. William Rodrigues Rebuá, destacando o impacto positivo de sua gestão. Uma das mães, cujo filho autista cursa o 3º ano do ensino médio, relatou que ele chegou à escola sem saber ler, e que, graças ao trabalho da direção e ao empenho dos professores, o estudante teve uma evolução significativa em seu aprendizado e desenvolvimento pessoal.
Foram destacados o tempo de trabalho da diretora Daniele na escola e o envolvimento direto dela com os alunos, professores e com a melhoria do ambiente escolar. No entanto, nenhum desses pontos foi levado em consideração pela Secretaria. Hilton afirmou que apenas está seguindo a legislação, desconsiderando completamente os impactos do Novo Ensino Médio, as consequências ainda visíveis da pandemia de COVID-19 e os desafios concretos enfrentados pela escola, como a superlotação de salas, que dificulta a gestão e afeta diretamente o desempenho pedagógico.
Vale lembrar que a E.E. William Rodrigues Rebuá é a quarta melhor escola de Carapicuíba segundo dados disponíveis publicamente, ficando atrás apenas de três escolas privadas. Isso a torna, portanto, a melhor escola pública da cidade. Esse resultado não ocorre por acaso. É reflexo de um trabalho contínuo e comprometido com a educação, realizado por uma gestão que escuta, apoia e valoriza a comunidade escolar.
Mesmo com os desafios estruturais — como salas superlotadas, falta de recursos e os problemas trazidos pelo Novo Ensino Médio — a escola tem alcançado índices de destaque. Portanto, qualquer queda pontual em indicadores não pode e não deve ser atribuída de forma simplista à gestão, sem análise profunda dos contextos e das condições reais de trabalho.
É lamentável que, diante de todos esses argumentos, a Secretaria opte por ignorar os reais problemas da educação pública e prefira recorrer à substituição de uma gestora competente e comprometida.
Nós, alunos, pais, ex-alunos e membros da comunidade, deixamos claro que não vamos parar de lutar. Esta mobilização não é apenas pela permanência da diretora Daniele, mas sim por uma educação pública de qualidade, democrática e inclusiva. Estamos nos organizando e decidindo, em conjunto, os próximos passos.
Também destacamos que o caso foi levado ao conhecimento do vereador Fabinho Reis, que apresentou a situação na Câmara Municipal de Carapicuíba. Todos os vereadores, independentemente de posicionamento político, votaram de forma unânime em apoio à diretora Daniele, reconhecendo a relevância do trabalho por ela realizado à frente da escola.
Queremos a sua ajuda para acabar com essa injustiça que está acontecendo na nossa educação. Queremos ser ouvidos, pois o que está acontecendo também está acontecendo em outras escolas da nossa cidade.
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